Lisboa - O turismo brasileiro em Portugal teve um desempenho negativo em abril. O número de dormidas de cidadãos brasileiros nos hotéis portugueses no quarto mês do ano foi de 105 mil, menos 18,6% do que no mesmo mês de 2014, informou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Entre os dez principais mercados emissores de turistas estrangeiros para Portugal o Brasil foi o que teve a maior queda. A atividade turística lusa em abril teve ainda comportamentos negativos por parte dos espanhóis (menos 11% de dormidas), irlandeses (recuo de quase 6%) e britânicos (descida de 3,4%).

Em termos acumulados, de janeiro a abril deste ano o turismo brasileiro em Portugal gerou quase 375 mil dormidas, um número que corresponde a um crescimento de 1,8% face ao primeiro quadrimestre do ano passado, segundo o INE. Longe das taxas de crescimento alcançadas em janeiro e fevereiro.

Apesar da descida, o Brasil continuou a ser até abril o sexto maior mercado emissor de turistas estrangeiros para Portugal, atrás de Reino Unido (que gerou 1,6 milhões de dormidas), Alemanha (1,3 milhões), Espanha (763 mil), França (680 mil) e Holanda (quase 524 mil).

De acordo com o INE, Portugal registou nos primeiros quatro meses do ano 7,8 milhões de dormidas de turistas estrangeiros, mais 6,8% do que no mesmo período de 2014. Já o turismo nacional cresceu 9,1%, para 3,3 milhões de dormidas até abril.

Segundo a mesma fonte, no mês de abril as receitas dos estabelecimentos hoteleiros portugueses subiram 7,8%, para 182,7 milhões de euros, mas no acumulado desde o início do ano o crescimento é de 12,2%, para 511,6 milhões de euros de proveitos totais.

Globalmente, os números do turismo em Portugal em abril revelaram uma desaceleração do crescimento que tinha sido registado em março.

O INE indica ainda que nas diferentes tipologias de alojamento, no mês de abril os hotéis e pousadas tiveram um crescimento do número de dormidas de 5,5%, mas os hotéis-apartamentos e os apartamentos e aldeamentos turísticos sofreram uma queda na procura.

Praia - A Binter Canárias, companhia aérea do arqupélago espanhol das Canárias, vai abrir na cidade da Praia, nesta quarta-feira, uma sucursal. A Binter irá iniciar em outubro ligações aéreas regulares entre as Ilhas Canárias e Cabo Verde.

De acordo com fonte da transportadora, na sede da Binter Cabo Verde funcionará toda a parte administrativa, financeira e comercial e o futuro call center que será implementado para assistência aos clientes.

"Nesta primeira fase contamos ter cerca de 60 colaboradores, entre pessoal administrativo, comercial, financeiro, comissários, pilotos, pessoal de operações e manutenção", disse Marina Ferreira, da sucursal cabo-verdiana da Binter Canárias.

A empresa pretende também montar uma unidade de manutenção em linha dos aviões ATR que irão operar em Cabo Verde com técnicos das Canárias numa primeira fase, mas a ideia é de, posteriormente, recrutar técnicos cabo-verdianos em função da programação dos voos e das rotas.

Ainda este ano, a companhia vai trazer para Cabo Verde dois aviões e, no próximo ano, chegará uma terceira aeronave, para ligar, primeiramente, as ilhas de Santiago, São Vicente e Sal.

A intenção da Binter, que já garante rotas internacionais de e para Cabo Verde, é levar a experiência das Canárias para o arquipélago que tem características semelhantes às ilhas espanholas.

A responsável pela Comunicação, Imagem e Gestão Aeronáutica Integral da Binter Canária, Noelia Curbelo Caro Jefa, explicou aos jornalistas que a ideia principal é investir em aviões que possam garantir voos de "qualidade e pontualidade por excelência".

Consciente que Cabo Verde é um mercado arriscado, Noelia Curbelo garante que o investimento é baseado num estudo de mercado sério e que o interesse fundamental da companhia é poder colmatar a lacuna existente neste setor, visto que se trata de um país fragmentado que precisa unir-se visando melhorar o seu desenvolvimento.

A empresa assume ser também sua intenção fazer concorrência à transportadora cabo-verdiana, TACV, a única que até agora assegura ligações regulares entre as ilhas de Cabo Verde.

Ela assegura que não irá praticar preços abaixo do custo de mercado porque "as rotas têm de ser rentáveis", mas promete que existirão várias ofertas competitivas "consoante os dias e as horas do voo".

Lisboa - O presidente da TAP, Fernando Pinto, considera que as duas propostas de compra da companhia aérea portuguesa que o Governo luso está a analisar "são sólidas e dão garantias de futuro".

A posição foi assumida em declarações ao "Diário Económico", que esta quinta-feira revela que o presidente da TAP já enviou ao Governo português o seu parecer sobre as ofertas que estão em cima da mesa.

Na entrevista, o presidente da TAP considera que qualquer das propostas é sólida, manifesta confiança no futuro da transportadora e admite a existência de um plano B para o caso da privatização não se concretizar.

O processo de privatização da TAP contou com três propostas, mas a oferta apresentada pelo consórcio do empresário luso Miguel Pais do Amaral foi descartada pelo Governo, por não ter um carácter vinculativo.

O Executivo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho está agora a analisar as ofertas recebidas dos outros dois interessados, os empresários David Neeleman e German Efromovich.

Relativamente ao plano estratégico que os dois empresários propõem para a TAP, Fernando Pinto indica que face às propostas iniciais "houve mudanças para melhor".

O Conselho de Ministros que o Governo português realiza habitualmente às quintas-feiras deverá hoje analisar o tema da privatização da TAP, podendo ou não aprovar a venda da companhia a um dos dois investidores interessados.

" [ As duas propostas] cumprem o plano estratégico e garantem o futuro da TAP. Nisso estou muito tranquilo, as duas são sólidas e dão garantias de futuro", diz na entrevista.

Mas, se eventualmente o governo decidir não vender "vamos ter de analisar sobre outro prisma e prefiro não analisar antes de isso ser definido", adianta. Fernando Pinto admite já existir um plano para esta possibilidade mas prefere não dizer qual é. Adainta, no entanto, que "a base é o reajustamento de rotas, depois tem o aspecto de pessoal, há que adequar o pessoal a uma empresa um pouco menor, e que obviamente que sempre tem a ver com o pessoal de voo. E depois temos toda uma série de medidas". Incentivar reformas será, nesse caso, uma das medidas a adotar. "O plano baseia-se muito nisso, no potencial de pessoas que poderiam sair para a reforma e fazer uma redução sem reposição", diz.

A suspensão de rotas é outra das medidas que a empresa pode tomar. "Não é fechar é suspender. Uma suspensão principalmente no Inverno e depois vemos no Verão como é que retoma", esclarece.