Port-Louis - A companhia de aviação maurícia Air Mauritius operou, segunda-feira, o seu primeiro voo para Chengdu, fazendo deste destino o quarto na China depois de Hong Kong, Xanghai e Pequim.

Num comunicado publicado em Port-Louis, a Air Mauritius indicou que começou as suas operações para a China com um primeiro voo para Xanghai, a 4 de julho de 2011, segundo um plano visando reequilibrar a sua rede e o seu crescimento de combustíveis para com os mercados emergentes.

"Esta primeira iniciativa estimulou uma procura substancial do mercado chinês e levou a companhia a aumentar as suas frequências para a China com três voos diretos semanais para Xanghai e dois para Beijing em 2015", indicou.

Este ano, a Air Mauritius diversificou as suas operações para a China com vista a uma ligação para  Chengdu.

A companhia oferece um total de 132 mil assentos em voos diretos para a China durante 2015-2016.

Por conseguinte, a Air Mauritius opera agora nove voos para a China por semana, dos quais dois voos diretos para Xanghai, um voo direto para Beijing, um voo direto para Chengdu, dois voos diretos para Hong Kong e três voos para China via Kuala Lumpur, na Malásia.

Numa declaração, o diretor-geral da Air Maurituis, Andre Viljoen, disse que a companhia investiu enormemente na China durante os quatro últimos anos à margem da estratégia maurícia visando diversificar os seus mercados turísticos.

"As chegadas turísticas da China conheceram igualmente um crescimento de dois dígitos desde o início das nossas operações em 2011, o que faz da China um mercado maior para a Air Mauritius e o início das operações para Chengdu alarga as perspetivas de crescimento", declarou. Panapress

Praia - A transportadora aérea cabo-verdiana (TACV) decidiu suspender, sexta-feira, as novas tarifas de voos internos, uma medida considerada ilegal pela Agência de Aviação Civil (AAC) que aplicou à companhia uma coima de três milhões de escudos (cerca 27 mil euros), segundo a agência Panapress.

O presidente do Conselho de Administração da TACV justificou a medida de suspensão pelo  "desgaste que a situação vem causando, tanto à administração da companhia  como à AAC" e pelos resultados das "intensas discussões e concertações que vêm sendo realizadas".

Falando em conferência de imprensa, João Pereira Silva reiterou, no entanto, que a companhia agiu "em conformidade com a lei", pelo que já moveu uma ação judicial para impugnar o processo de contra-ordenação da AAC, e que, caso a TACV venha a ganhar nos tribunais, ela voltará a atualizar as tarifas.

Disse ainda que a administração da transportadora está "de consciência tranquila" quanto ao aumento das tarifas, uma vez que agiu em conformidade com a lei.

"As decisões na matéria da grelha tarifária foram tomadas após exame atento da legislação em vigor", garantiu.

O gestor aponta o dedo à AAC, entidade reguladora do setor da aviação civil, acusando-a de  nunca ter publicado as bases dos preços de passagens nacionais.

"Não tendo a AAC publicado, até hoje, nenhum dos instrumentos previstos na legislação, a TACV continua segura de que agiu bem e em conformidade com a lei", assegurou.

A AAC decidiu, a A 20 de maio, suspender a decisão unilateral dos TACV, tomada dois dias antes, de aumentar, a partir de 02 de junho, as tarifas dos voos internos, em valores que oscilam entre os 17  e os 27 porcento.

Face à recusa da transportadora em acatar a sua decisão,  a AA decidiu, na passada quarta-feira,  aplicar uma coima no valor máximo para este tipo de contra-ordenação.

A entidade reguladora justificou a medida com o facto de, para além das tarifas da AAC não terem sido repostas, a TACV não ter também restituído aos clientes os valores cobrados acima dos preços máximos.

O presidente do Conselho de Administração da AAC explicou que a entidade agiu com base na lei, e que "a contra-ordenação pretendeu, simplesmente, restabelecer a ordem e a justiça".

Já no que respeita à atuação da AAC na questão do aumento das tarifas para os Estados Unidos da América, feita pela TACV, o presidente da AAC esclareceu que a situação é diferente, uma vez que  "as tarifas internacionais são estabelecidas com base nos acordos aéreos e os acordos aéreos dizem, geralmente, que as tarifas são livres", precisou.

Praia - A Agência de Aviação Civil de Cabo Verde (AAC) aplicou à Transportadora Aérea Cabo-verdiana (TACV) uma coima de 3 milhões de escudos (cerca de 27 mil euros) por desrespeito da determinação de suspender a tarifa aplicada nos bilhetes de passagem inter-ilhas desde 2 de junho passado.

A TACV fica igualmente obrigada a devolver aos clientes o dinheiro cobrado a mais nas tarifas aplicadas unilateralmente pela companhia aérea estatal.

O Presidente do Conselho de Administração da AAC, João Monteiro, explicou que a entidade, enquanto autoridade reguladora do setor, agiu com base na lei, uma vez que a TACV não acatou a determinação de, num prazo de 48 horas, suspender as novas tarifas e proceder à devolução aos passageiros das quantias adicionais cobradas.

"A contra-ordenação pretendeu, simplesmente, restabelecer a ordem e a justiça", precisou, adiantando que o valor da coima, por lei, vai de 300 mil (cerca de 2 mil e 727 euros) a 3 milhões de escudos (cerca de 27 mil e 272 euros).

No que diz respeito à atuação da AAC na questão do aumento das tarifas para os Estados Unidos da América (EUA), João Monteiro esclareceu que a situação é diferente. "As tarifas internacionais são estabelecidas com base nos acordos aéreos e os acordos aéreos dizem, geralmente, que as tarifas são livres", precisou.

Na altura, a TACV preferiu falar em reestruturação, sublinhando que a nova estrutura tarifária foi desenvolvida para estimular e permitir às pessoas planificar e viajar mais com vantagem de beneficiarem de descontos.

A transportadora cita como exemplo os percursos com maior procura – Praia/São Vicente/Praia; São Vicente/Sal/São Vicente e Praia/Sal/Praia – onde, caso o bilhete seja adquirido 15 dias antes da viagem a tarifa é de 9.649 escudos, se for até sete dias custa 15.049 escudos e se for três dias antes o preço dispara para 20.049 escudos.

As tarifas praticadas pela TACV a nível interno e para os EUA dominaram o
debate parlamentar antes da ordem do dia de segunda-feira na Assembleia Nacional (Parlamento).

Os partidos da oposição pediram a intervenção do Governo na questão, mas o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), partido que sustenta o Governo, é de opinião que o Executivo não deve interferir nesta matéria e que a questão deve ser resolvida nas instâncias da justiça.

O líder da bancada parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD, principal partido da oposição), Fernando Elísio Freire, argumentou que o Governo não deve ficar de braços cruzados, mas deve agir na procura de uma solução.

"De nada vale ter uma empresa pública se o Governo não tem mãos sobre a gestão, sobre as rotas e os preços. O Governo tem de, hoje e agora, assumir as responsabilidades pelo caos que se vive no serviço dos transportes aéreos neste momento", disse o líder da bancada do MpD.

Por seu turno, Felisberto Vieira, do PAICV, salientou que o processo que envolve a TACV e a entidade reguladora deve ser tratado dentro do quadro legal próprio.

"O Estado só pode entrar na avaliação de decisões que a administração da companhia toma enquanto acionista maioritário e na avaliação do desempenho do Conselho da Administração para poder ver que decisões tomar", explicou.

Por seu turno, o deputado António Monteiro, líder da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição com dois asentos parlamentares), disse que o caos pode instalar-se no país quando uma entidade regulada não respeita as decisões da reguladora e pediu a intervenção do Governo e que seja mesmo o Primeiro-Ministro a liderar o processo.