Lisboa - O presidente da TAP, Fernando Pinto, considera que as duas propostas de compra da companhia aérea portuguesa que o Governo luso está a analisar "são sólidas e dão garantias de futuro".
A posição foi assumida em declarações ao "Diário Económico", que esta quinta-feira revela que o presidente da TAP já enviou ao Governo português o seu parecer sobre as ofertas que estão em cima da mesa.
Na entrevista, o presidente da TAP considera que qualquer das propostas é sólida, manifesta confiança no futuro da transportadora e admite a existência de um plano B para o caso da privatização não se concretizar.
O processo de privatização da TAP contou com três propostas, mas a oferta apresentada pelo consórcio do empresário luso Miguel Pais do Amaral foi descartada pelo Governo, por não ter um carácter vinculativo.
O Executivo do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho está agora a analisar as ofertas recebidas dos outros dois interessados, os empresários David Neeleman e German Efromovich.
Relativamente ao plano estratégico que os dois empresários propõem para a TAP, Fernando Pinto indica que face às propostas iniciais "houve mudanças para melhor".
O Conselho de Ministros que o Governo português realiza habitualmente às quintas-feiras deverá hoje analisar o tema da privatização da TAP, podendo ou não aprovar a venda da companhia a um dos dois investidores interessados.
" [ As duas propostas] cumprem o plano estratégico e garantem o futuro da TAP. Nisso estou muito tranquilo, as duas são sólidas e dão garantias de futuro", diz na entrevista.
Mas, se eventualmente o governo decidir não vender "vamos ter de analisar sobre outro prisma e prefiro não analisar antes de isso ser definido", adianta. Fernando Pinto admite já existir um plano para esta possibilidade mas prefere não dizer qual é. Adainta, no entanto, que "a base é o reajustamento de rotas, depois tem o aspecto de pessoal, há que adequar o pessoal a uma empresa um pouco menor, e que obviamente que sempre tem a ver com o pessoal de voo. E depois temos toda uma série de medidas". Incentivar reformas será, nesse caso, uma das medidas a adotar. "O plano baseia-se muito nisso, no potencial de pessoas que poderiam sair para a reforma e fazer uma redução sem reposição", diz.
A suspensão de rotas é outra das medidas que a empresa pode tomar. "Não é fechar é suspender. Uma suspensão principalmente no Inverno e depois vemos no Verão como é que retoma", esclarece.