Lisboa - O acionista da TAP David Neeleman, controlador da brasileira Azul, afirmou, quinta-feira (10), que a falta de espaço no aeroporto de Lisboa condiciona o crescimento da transportadora aérea portuguesa e sugeriu ao Governo a transferência dos voos das 'low cost' para o Montijo, na margem sul do rio Tejo.

"Temos de fortalecer o nosso 'hub' [base de operações] de Lisboa. Estou um pouco frustrado com o aeroporto que não está a abrir mais espaço. Nós estamos a crescer mais rápido do que o aeroporto e isso é muito importante para o país", disse o empresário aos jornalistas, após uma intervenção na Web Summit, em Lisboa, citado pela agência Lusa.

David Neeleman sublinhou que quer abrir mais rotas, "voltar para Toronto e para Montreal (Canadá)", chegar a mais cidades secundárias nos Estados Unidos, no nordeste do Brasil e em África, mas o aeroporto tem de crescer também.

"Não podemos crescer se nos dizem que está limitado, temos de abrir outro aeroporto. O Montijo está lá, não podemos esperar três anos para que isso aconteça, as 'low cost' [companhias aéreas de baixo custo] podem ir para lá e nós ficamos aqui [no aeroporto Humberto Delgado], mas tem de acontecer mais rápido do que está a ser feito", afirmou, salientando que, atualmente, a maior preocupação da TAP é que o aeroporto não cresça ao mesmo ritmo que a companhia aérea.

O também dono da transportadora aérea brasileira Azul afirmou que já falou sobre o tema [juntamente com o seu parceiro português, o 'patrão' da transportadora rodoviária Barraqueiro, Humberto Pedrosa] com o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, e mostrou-se disponível para "trabalhar junto" numa solução.

Lembrou ainda que "o país precisa de desenvolvimento económico através do turismo, que representa 10 a 15% do PIB [Produto Interno Bruto]", salientando que há muito mais americanos a vir para Portugal agora.

"Sabemos que eles gastam mais dinheiro do que alguém que vem na Ryanair pagando 39 euros. (...) Não nos podem dizer que não podem crescer porque não há mais espaço, temos de trabalhar rápido para resolver essa situação" porque "a TAP está preparada para crescer de novo".

Antes, David Neeleman participou como orador na Web Summit, abordando o tema 'Low fares vs. low cost' (tarifas baixas vs. companhias de baixo custo) e a sua experiência no mundo da aviação, destacando que "os aeroportos têm de ser mais eficientes" e não devem ter custos demasiado altos.

"São um motor económico que tem de ser estimulado", salientou.

Praia - Uma delegação do Parlamento britânico é esperada esta quarta-feira na cidade da Praia, para uma visita oficial de três dias a Cabo Verde destinada a reforçar as relações e laços de amizade e de cooperação com o país.

Composta por membros da Câmara dos Comuns e da Câmara dos Lordes, a comitiva é liderada por um deputado do Partido Conservador, Nigel Evans, que tem agendados encontros com as  principais autoridades cabo-verdianas, nomeadamente autarcas da Praia e da ilha Sal, bem como visitas a empresas. Também  se vai avistar com empresários britânicos em Cabo Verde.

Turistas provenientes da Grã-Bretanha continuam a dominar a lista dos visitantes ao arquipélago cabo-verdiano, não só em termos de número como também no que toca ao tempo de permanência em Cabo Verde.

A Inglaterra é o principal mercado emissor com 20 porcento do total de turistas que viajaram para o arquipélago cabo-verdiano nos últimos anos.

Praia - Os voos  da companhia aérea Binter inter-ilhas no arquipélago de Cabo Verde começam no sábado com a inauguração da rota Santiago - São Vicente - Sal, anunciou a transportadora aérea na cidade da Praia.

A empresa espanhola com sede nas ilhas Canárias começa a voar entre as ilhas cabo-verdianas depois de segunda-feira ter recebido a certificação da Autoridade de Aviação Civil para operar no arquipélago, informa a agência Lusa.

"Vamos começar no sábado as ligações inter-ilhas com um aparelho com capacidade para 72 pessoas. Vai ser o início do que esperamos seja um sucesso", disse o diretor-geral da Binter CV, Raul Zapico.

Os voos entre as várias ilhas cabo-verdianas eram assegurados até agora em exclusivo pela empresa Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV).

A companhia vai iniciar a operação com um avião, estimando que na próxima semana possa começar a operar um segundo aparelho. Os aviões vão fazer duas ligações diárias entre Santiago, São Vicente e Sal.

Raul Zapico adiantou ainda que faz parte do projeto da empresa ter ligações entre todas as ilhas cabo-verdianas, devendo para o efeito chegar em janeiro ao arquipélago um terceiro avião para aumentar as ligações entre as três ilhas principais (Santiago, São Vicente e Sal) e fazer também a ligação com as ilhas menores do Maio, São Nicolau e Fogo.

A companhia adianta que terá cinco tarifas e promete que serão "bastante competitivas", permitindo aos cabo-verdianos viajar mais no arquipélago.

O investimento da Binter na operação em Cabo Verde ascende a três milhões de euros e Raul Zapico prevê receitas de cerca de 20 milhões de euros em 2017.

A operação deverá começar a conseguir equilibrar os custos e os resultados a partir de 2018, segundo o mesmo responsável.