Praia - O administrador do The Resort Group considera que o Estado cabo-verdiano deve ter um papel importante não só na promoção do destino, mas também na execução de investimentos alavancadores do investimento privado no domínio das infraestruturas.

Victor Fidalgo fez essas considerações em entrevista à agência Inforpress, perspectivando o futuro quanto ao desenvolvimento do turismo no país, num momento em que também o The Resort Group se estabelece na ilha do Sal com mais um empreendimento turístico, o Llana Beach Hotel & SPA, localizado na ZDTI de Ponta Preta, na cidade de Santa Maria, inaugurado, sábado, 10 do corrente.

Além da segurança, saúde, ambiente, urbanismo e estradas estruturantes, o "expert" na matéria referiu-se também aos portos e aeroportos, que no seu entendimento, e no que tange aos aeroportos, particularmente, há que ter uma "visão vanguardista", disse, por forma a transformá-los em "verdadeiros" factores propulsores do investimento privado no turismo.

Considerando que o recurso aéreo tem sido o principal meio de acesso dos turistas a Cabo Verde com "real impacto" no emprego e crescimento económico, Victor Fidalgo aguça que há que continuar a estratégia de trazer mais tours-operadores, que com seus voos charters "têm desempenhado" um papel de primeiro plano neste processo.

"Devemos continuar a estratégia de trazer mais tour-operadores e esforçar-nos para atrair companhias de linha, de modo a consolidarmos o processo de diversificação da nossa oferta e quiçá dos mercados emissores", acentuou.

No que respeita à promoção do destino Cabo Verde, Victor Fidalgo denota que não se pode construir um destino turístico com apenas duas ou três marcas internacionais, daí que, refere, o The Resort Group PLC, ao trazer mais uma marca internacional para o país, "está a contribuir" para a construção do destino, diversificando e enriquecendo a oferta do produto Cabo Verde.

"Na verdade, só tendo um produto concreto e diversificado para oferecer é que se pode pensar na promoção do destino, enquanto elemento do produto turístico global", explicou, observando, com toda a certeza, que não fossem os grandes investimentos do TRG PLC, num total acumulado que ultrapassa 250 milhões de euros, os "fracos" resultados macroeconómicos de Cabo Verde, nos últimos oito anos, "seriam ainda piores".

O administrador vai mais longe, dizendo que a importância do LLana Beach Hotel, recentemente inaugurado, transcende a simples soma dos seus efeitos directos, que são a criação de novos empregos permanentes, o aumento da oferta de alojamento, o aumento do fluxo turístico e, consequentemente um contributo acrescido para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde em 2017 e nos anos que se seguirão.

"Este novo empreendimento traz uma mais-valia qualitativa, ao subdividir-se em dois hotéis com duas marcas distintas, sendo uma delas a TUI Sensimar. Uma novidade", enfatizou.

Ainda no quadro da promoção do produto turístico, Victor Fidalgo observa que é importante reconhecer dois níveis de intervenção: Cabo Verde, enquanto destino concorre com o mundo para ganhar um lugar no mercado global e, no segundo nível, são os operadores cabo-verdianos, com os seus produtos específicos a concorrer entre si para serem agentes da oferta do serviço que se presta no país.

"Essa dicotomia se for bem entendida e traduzida em políticas adequadas permitirá Cabo Verde acelerar a sua afirmação como destino turístico, num certo nicho do mercado mundial e melhorar os ganhos que poderá tirar deste processo", acautelou.

Prosseguindo a sua expansão e consolidação em Cabo Verde, The Resort Groupe PLC pretende construir na ZDTI de Santa Mónica, num período de 12-15 anos mais 6 resorts, comportando um total de 4.373 quartos, sobre uma extensão de 77 hectares.

Victor Fidalgo, informa, entretanto, que para o ano que vem, o The Resort Groupe PLC tem na forja o início de pelo menos mais um empreendimento na Boa Vista.

A propósito, apela o Governo e demais accionistas da Sociedade de Desenvolvimento Turístico das Ilhas de Boa Vista e Maio (SDTIBM) que "revisitem e revejam urgentemente" os pressupostos e princípios que estiveram na base da criação dessa sociedade.

Sob pena, alerta, de a filosofia de encaixe financeiro com a venda dos terrenos continuar a prevalecer em detrimento da execução efectiva dos projectos, e Cabo Verde perderá mais uma oportunidade de melhorar a sua posição no mercado mundial num momento, disse, em que os principais concorrentes do Mediterrâneo Oriental estão ou bloqueados ou em recuo.

"O Nicho de sol e praia está a sofrer uma grande reconfiguração devido aos acontecimentos na bacia do Mediterrâneo. Devemos agir com a rapidez e eficácia necessárias para melhorar a nossa posição no mercado mundial do turismo" preveniu.

"O The Resort Groupe PLC que já deu provas irrefutáveis de saber fazer o que Cabo Verde precisa nessa matéria, expressa a sua disponibilidade, para num diálogo construtivo ajudar os accionistas da SDMTIBM a reposicionar a sociedade numa perspectiva diferente e mais ao serviço do crescimento económico e desenvolvimento social do país", conclui.

Pertencente ao Resort Group PLC, também promotor de Melia Tortuga Beach, e Dunas Beach Resort, Llana Beach Hotel é mais um empreendimento turístico estabelecido na ilha do Sal por este grupo britânico, com sede em Gibraltar e Escritórios em Derby e Cabo Verde.

O empreendimento que na fase de exploração deverá empregar cerca de 300 pessoas de forma permanente, compreende um hotel com 601 suites, sete piscinas, discotecas e sportbar, mimi club de crianças, 4 restaurantes, ginásio, cyber café, pavilhão de casamentos, salas de reuniões, desportos náuticos, sala para teatro, entre outros equipamentos.

Brasília - O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) apoiou a decisão do Senado de revogar a resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) que autorizou as companhias aéreas a cobrarem pelas bagagens dos passageiros.

"Se, de fato, o Senado conseguir revogar essa decisão é uma vitória para o consumidor", disse a advogada do Idec Claudia Almeida. O projeto de decreto legislativo (PDS 89/2016) foi aprovado na noite de quarta-feira (14) e segue para análise da Câmara dos Deputados.

A resolução da Anac alterou as condições gerais de transporte aéreo, que passariam a valer para passagens compradas a partir de 14 de março de 2017. Uma das principais mudanças está na autorização para as empresas aéreas cobrarem pela bagagem despachada. Segundo a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), hoje, o serviço de despacho já é pago, só que embutido no preço das passagens. De acordo com a associação, a nova regra poderia beneficiar as pessoas que viajam sem bagagens e dar mais transparência para o consumidor, que pagaria apenas por aquilo que usa.

Atualmente, a franquia de bagagens é de um volume de até 23 quilos nos voos domésticos e de dois volumes de até 32 quilos nos internacionais.

Para Claudia, entretanto, o desmembramento da cobrança da bagagem e da passagem visa a dar mais lucro às empresas e não dar transparência. "O Idec sempre questionou quanto ela [a bagagem] representava no preço da passagem. Se não temos essa informação, não dá para cobrar das companhias que baixem o preço das passagens", disse, explicando que a decisão do Senado deve ser analisada e vir acompanhada de estudos sobre o quanto representa levar 23 quilos de bagagem.

As regras de transporte aéreo devem ser reguladas, segundo Claudia, mas a resolução editada pela Anac tem poucos avanços em benefícios para o consumidor. Para ela, a única regra positiva é a redução de 30 para sete dias do prazo para as empresas restituírem as bagagens extraviadas. "Ela é mais maléfica que benéfica para o consumidor."

Segundo a advogada, muitos pontos estabelecidos pela Anac já estão previstos no Código de Defesa do Consumidor, "que é mais forte que a resolução". "No mundo todo não tem o Código de Defesa do Conumidor, que é uma das leis mais completas do mundo. Não podemos nivelar por baixo, no Brasil os consumidores são mais bem protegidos. Na Europa isso [a cobrança de bagagem] acontece, mas as passagens são a baixo custo de verdade, o que não acontece no Brasil", afirmou.

Empresas aéreas não gostaram

Para a Abear, o veto do Senado à norma da Anac vai na contramão do que é praticado em quase todos os países do mundo, onde tais medidas possibilitaram passagens mais baratas e acesso de mais consumidores ao avião. "Essas normas aproximam o Brasil das práticas internacionais, permitindo uma concorrência maior entre as companhias aéreas, trazendo preços mais competitivos e, portanto, benefícios ao consumidor", informou a associação, em nota.

Brasília - A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) aprovou, terça-feira (13), novas regras para o transporte aéreo de passageiros, válidas a partir de 14 de março do ano que vem. Entre as mudanças, ficou determinado que as companhias aéreas não terão mais que oferecer obrigatoriamente uma franquia de bagagens aos passageiros e que poderão cobrar pelo serviço relativo ao volume despachado.

Atualmente, a franquia de bagagens é de um volume de 23 quilos nos voos domésticos e de dois volumes de 32 quilos nos internacionais.

Os diretores da Anac dizem que as novas medidas colocam o Brasil em um "patamar internacional", dão clareza ao consumidor sobre os serviços que estão sendo cobrados e tranquilidade ao mercado do setor aéreo.

O texto da resolução foi aprovado por unanimidade durante reunião da diretoria, em Brasília, e tem uma cláusula que permite revisão a cada cinco anos. Agência Brasil