Pesquisa do Facebook e da Deloitte indica que as plataformas de redes sociais (33%) são a segunda principal fonte de inspiração de ideias de viagens, sendo os amigos e família (50%) a primeira escolha.

 

Brasília - As empresas de viagens não estão a capitalizar devidamente as oportunidades de negócio oferecidas pelas plataformas de redes sociais. A conclusão é do estudo "Digital Channels in Travel", divulgado recentemente pelo Facebook e pela Deloitte, que indica que as empresas de viagens devem integrar os canais digitais nas suas estratégias globais de negócio para chegarem aos consumidores com maior eficácia.

Os resultados do estudo baseiam-se na análise que a Deloitte realizou aos dados de um questionário global, promovido pelo Facebook, envolvendo 10.500 utilizadores de redes sociais. Através desta pesquisa, foi possível concluir que as plataformas de "social media" (33%) são a segunda principal fonte de inspiração de ideias de viagens, sendo os amigos e família (50%) a primeira escolha. Seguem-se a televisão (32%), as brochuras de viagens (31%) e os motores de busca (31%).

De acordo com o estudo, 83% das pessoas inquiridas revelaram usar a internet durante as férias. O inquérito foca-se particularmente nas viagens de lazer, dada a preferência dos consumidores em partilhar histórias e imagens das suas experiências durante as férias, com 33% a referir usar o Facebook porque "gosta de partilhar a satisfação de estar de férias com os amigos". Durante as viagens de negócio são ocasionalmente partilhados conteúdos, sobretudo relacionados com alojamentos exóticos ou de luxo.

Depois do regresso a casa, os consumidores continuam a usar maioritariamente os canais digitais para partilhar fotografias e vídeos, nomeadamente o Facebook, com 48%, mas também para encorajar os amigos a visitarem os destinos que frequentaram. Apenas 13% dos inquiridos afirmam publicar avaliações em websites para benefício de outros consumidores, no entanto o número continua a crescer. Desde que iniciou a sua operação, há menos de 15 anos, o TripAdvisor, por exemplo, já recebeu mais de 170 milhões de avaliações.

Os consumidores não são os únicos que usam os canais digitais para publicar conteúdos de viagens. As marcas do sector das viagens - desde cadeias hoteleiras, websites de reservas online, companhias aéreas a destinos e organismos de promoção regional - já estão presentes em várias redes sociais, dando aos consumidores a oportunidade de interagirem com elas.

De facto, metade dos inquiridos afirma "gostar" de, pelo menos, uma marca do sector das viagens, embora muitos refiram "gostar" de múltiplas marcas, de diferentes categorias neste sector. Hotéis e companhias aéreas são as categorias que os consumidores mais "gostam". Contudo, existe ainda um longo caminho a percorrer para que as empresas de viagens possam recolher os benefícios de uma estratégia digital verdadeiramente integrada.

Lee McCabe, Global Head of Travel, Education and Consumer Services do Facebook, destaca que "as empresas bem sucedidas estão a investir no digital e a adotar novas tecnologias e inovações mais rapidamente que a sua concorrência".

"Ao nível interno, estas empresas estão a modificar a sua estrutura organizacional para eliminar departamentos em silo e a tornar o digital uma ferramenta essencial para todos os departamentos e equipas. Os players mais reconhecidos da indústria das viagens não vêem os "social media" como uma componente isolada, mas como um ativo importante para o crescimento e sucesso do seu negócio", acrescenta o mesmo responsável.

Jorge Marrão, sócio da Deloitte para a área da indústria de viagens e lazer, adianta que "as empresas do sector do turismo que não estejam a aproveitar as oportunidades que derivam das plataformas digitais não estarão a maximizar as fontes de receita". "Com a estratégia correta, o meio digital poderá alavancar o investimento realizado em marketing potenciando e maximizando o seu retorno. No entanto, a estratégia aplicada ao meio online deverá estar alinhada com os objetivos da empresa, pois só dessa forma será possível alcançar resultados positivos", conclui.

Praia - A epidemia de ébola que surgiu no ano passado em três países da África Ocidental (Guiné Conakry, Serra Leoa e Libéria) levou ao cancelamento da escala de navios cruzeiros no Porto da Praia, em Cabo Verde.

Em declarações à agência cabo-verdiana de notícias (Inforpress), o administrador delegado  do Porto da Praia, Alcídio Nascimento Lopes, revelou que em 2014 o porto recebeu 32 cruzeiros, menos sete do que no ano anterior, enquanto o número dos turistas baixou para 26.186, menos 399 visitantes do que em 2013.

"Este decréscimo nada tem a ver com a qualidade de prestação de serviço", disse Alcídio Nascimento Lopes, esclarecendo que ele foi motivado essencialmente pelo desvio da rota dos navios de uma companhia de cruzeiro que aportava na Praia.

No entanto, o administrador do Porto da Praia afrimou que "as perspetivas para 2015 são animadoras," garantido que "neste momento o Porto da Praia tem condições adequadas para receber os maiores cruzeiros do mundo".

"O que precisamos é vender o produto Cabo Verde e vender bem e isso caberá às outras entidades", salientou, defendendo ainda a necessidade de a ilha de Santiago, onde se situa o Porto da Praia, ter mais pontos de interesse turísticos preparados para vender aos visitantes.

Alcídio Lopes sublinhou que, até agora, os navios que aportam em Cabo Verde, normalmente, têm um roteiro para a Cidade Velha (Património Mundial da Humanidade), "mas gostaríamos que tivéssemos mais pontos turísticos na cidade da Praia ou no interior de Santiago".

A preparação dos guias, "apesar de se ter aumentado a qualidade nesta área", a questão da acessibilidade ao Porto da Praia, transportes adequados em termos de qualidade e quantidade são outros aspetos apontados pelo administrador portuário, visando a melhoria da prestação do serviço aos turistas que aportam a capital cabo-verdiana. Com informações da Panapress.

Lisboa - O turismo brasileiro em Portugal começou 2015 em alta. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), no primeiro mês do ano os hotéis portugueses contabilizaram mais de 111 mil dormidas de turistas brasileiros, o que corresponde a um crescimento de 15,6% em relação a janeiro de 2014.

A elevada procura do destino Portugal por parte dos brasileiros no início do ano fez do Brasil o terceiro maior mercado emissor de turistas estrangeiros para o sector hoteleiro luso, apenas atrás de Reino Unido (que gerou 272 mil dormidas em janeiro nos hotéis portugueses) e da Alemanha (responsável por 199 mil dormidas).

Nos últimos anos o Brasil tem sido sistematicamente o sexto mercado emissor de turistas estrangeiros para Portugal, embora em 2014 o registo de janeiro tenha colocado o Brasil na quarta posição.

No primeiro mês do ano os estabelecimentos hoteleiros portugueses registaram um total de 1,96 milhões de dormidas, mais 13,4% do que no mesmo período do ano passado. Os turistas residentes no estrangeiro originaram 1,29 milhões de dormidas (com um crescimento de 11,2% em relação a 2014), enquanto os turistas portugueses realizaram 668 mil dormidas (mais 17,8%).

O INE explica que "para o aumento das dormidas contribuíram destacadamente os hotéis (mais 19,7%, correspondendo a 70,2% do número total)". A mesma fonte acrescenta que "as restantes tipologias registaram incrementos de menor expressão, tendo os aldeamentos turísticos e os hotéis-apartamentos evoluído negativamente".

De acordo com o INE, a procura permtiu aos hotéis e outros alojamentos turísticos portugueses somar uma facturação de 91,4 milhões de euros em janeiro, mais 18,1% do que em igual período do ano passado. Para isto contribuiu não só o aumento do número de dormidas mas também a subida da receita média por alojamento.

Quanto às regiões mais procuradas, o INE revela que em janeiro o total de dormidas aumentou em todas as regiões, salientando-se os Açores e o Alentejo, com crescimentos de 34,1% e 25,6%, respectivamente. Em Lisboa a procura subiu 19,7%, na região Norte cresceu 18,5% e no Centro 18%.

O Algarve, mais procurado nos meses quentes do Verão, foi a região com menor crescimento, tendo o número de dormidas aumentado apenas 1,7% face a janeiro do ano passado, segundo o INE.