Lisboa - O número de turistas em Cabo Verde cresceu quase 15% no terceiro trimestre de 2015, na informação do Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde (INECV). Entre julho e setembro, os hotéis do país alojou 129.954 hóspedes que originaram 908.506 noites, correspondendo a acréscimos de 14,9% face ao trimestre do ano anterior.

Em termos absolutos, diz o INECV, entraram no país mais 16.808 turistas que originaram um acréscimo de 117.560 noites. O Reino Unido foi o principal país de proveniência de turistas, cerca de 27% do total de entradas. Também foram os que mais tempo ficaram no País, , tendo sido também os ingleses que permaneceram mais tempo em Cabo Verde, em média 9,6 noites.

Os portugueses estão em segundo lugar entre os que mais visitam o país, sendo responsáveis por 15,6% das entradas, seguidos pelos alemães (12,6%), os cabo-verdianos residentes (10,1%) e os turistas da Bélgica e Holanda (7,3% no conjunto).

Procura - A ilha da Boavista foi a mais procurada pelos turistas, representando 46,3% das dormidas nos hotéis. A maioria dos turistas provenientes do Reino Unido preferiu como destinos as ilhas do Sal e da Boavista representando, respetivamente 50,8% e 48,5% das noites, e escolheram como local de acolhimento os hotéis, 99,8%.

As dormidas dos residentes em Portugal distribuíram-se principalmente pelas ilhas do Sal (47,1%) e da Boavista (40,9%). Os hotéis foram o alojamento mais procurado pelos portugueses, representando 96,6%. Assim como os alemãos, em igual porcentagem.

A taxa de ocupação média dos alojamentos no terceiro trimestre, no entanto, foi menor, situando-se nos 48%, contra os 50% registados no mesmo trimestre de 2014. As ilhas da Boa Vista e do Sal registraram as maiores taxas de ocupação, com 83% e 44%, respetivamente. Os hotéis foram os estabelecimentos com maior taxa de ocupação, 57%. Os aldeamentos turísticos e as pousadas, tiveram igual porcentagem, de 18%, e as residenciais com 17%.

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Maputo - Projetado e construído pela brasileira Odebrecht Infra-estrutura - África, Emirados Árabes e Portugal, em parceria com a empresa Aeroportos de Moçambique (ADM), o Aeroporto Internacional de Nacala foi inaugurado em Dezembro de 2014 e conta com uma arquitectura moderna, equipamentos de alta tecnologia, capacidade para atender 500 mil passageiros e receber 5 mil toneladas de carga por ano.

As instalações aeroportuárias ocupam 30 mil metros quadrados de área construída, incluindo o terminal de passageiros de 15 mil metros quadrados, torre de controle e a pista de 3.100 metros de comprimento – dimensões que permitem a operação de aeronaves de grande porte, como o Boeing 747.

O aeroporto entrou em funcionamento com voos comerciais operados pelas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e sua gestão está a cargo da ADM, responsável pela administração do espaço aeroportuário do país.

Segundo Emanuel Chaves, presidente do Conselho de Administração da Empresa Aeroportos de Moçambique, pretende-se transformar aquela infra-estrutura moderna numa plataforma aeroportuária giratória, onde as aeronaves de longo curso podem escalar e, a partir daquele ponto, os passageiros serem encaminhados para os mais variados destinos.

Em entrevista ao jornal "Domingo", Chaves diz que se espera que no Aeroporto de Nacala seja feito o trânsito de passageiros oriundos de vários locais, como Nairobi, Adis-Abeba, Luanda, Ásia, Médio Oriente, América e Europa.

"O crescimento económico de Moçambique é muito importante, uma vez que dá indicadores ao empresariado de que o nosso país é apetecível para o investimento. Para virem investir precisam de transporte aéreo", disse, tendo acrescentado que a existência de recursos minerais, como carvão, grafite, ouro, ferro, vai contribuir sobremaneira para que os investidores voem com mais frequência para Moçambique.

"O recurso gás também chama muita gente e gera muito recurso financeiro. São elementos que vão melhorar a renda per capita do país. Está previsto que Moçambique, até 2030, tenha uma renda per capita entre 2.000 e 2.300 dólares. Se isso acontecer, estaremos nas mesmas condições de muitos países que têm 18 milhões de passageiros em cada aeroporto".

Para além da componente económica, sustentou que o potencial turístico de Moçambique também será determinante para as contas da empresa.

"Os turistas estão à procura de novos horizontes e Moçambique apresenta uma solução única de turismo, que é do laser no mar, bem como a contemplação de animais. Com esta possibilidade, temos argumentos para atrair passageiros para o nosso país e para a região", sublinhou.

No próximo mês de Dezembro será formalizado o lançamento do Aeroporto de Nacala como destino de tráfego internacional e espera-se que entre os meses de Março e Abril de 2016, as companhias aéreas internacionais que operam para Moçambique comecem a usar aquele aeroporto.

"Prevemos ter uma grande avalancha de tráfego a partir de Março do próximo ano, quando as companhias que operam na zona Norte passarem a usar Nacala. Temos estado em contacto directo com as companhias que operam na área do gás, que nos garantiram que o ponto de entrada para eles vai ser aquele aeroporto. Também estamos a trabalhar com a LAM (Linhas Aéreas de Moçambique) para que tenha uma sub-base operacional em Nacala, de modo a propiciar a distribuição dos passageiros para os destinos finais", afirmou.

Questionado se o Aeroporto de Nacala deverá ser o único na região Norte do país a processar voos internacionais, Emanuel Chaves disse que se trata de uma pretensão que já foi submetida às entidades competentes, assim como a respectiva fundamentação.

"Os chefes de Estado africanos assinaram um tratado em Abuja, segundo o qual até ao dia 31 de Dezembro de 2015 somente os aeroportos certificados devem receber tráfego internacional. Para o nosso caso específico, contamos até aquela data certificar somente os aeroportos de Maputo e Nacala. Se o Governo decidir implementar aquele tratado, nós só temos dois aeroportos disponíveis para receber tráfego internacional. Até Março do próximo ano prevemos certificar o Aeroporto da Beira", argumentou.

Actualmente, o mercado de transporte aéreo moçambicano circunscreve-se em um milhão e setecentos mil passageiros, o que, comparado com as Ilhas Reunião, está muito aquém do desejado.

"Nós não temos o tráfego que poderíamos ter, exactamente porque a nossa estrutura aeroportuária e a designação de aeroportos internacionais mata o mercado doméstico. Com todo o potencial que nós temos no mercado doméstico, se tivermos uma escala maior, termos mais passageiros a virem directamente para o país e a fazerem ligações para o destino final a partir dos aeroportos nacionais, vamos dar melhor conveniência e maior frequência aos passageiros, o que vai permitir atingirmos a economia de escala e, consequentemente, reduzir os preços das passagens aéreas", frisou.

No dizer de Chaves, há que reinventar o mercado de transporte aéreo, uma vez que, "se continuarmos como estamos", com os aeroportos a "canibalizarem-se uns aos outros", todos abertos ao tráfego internacional, "não poderemos ter um número grande de passageiros que se possa tornar atractivo".

"Nacala está entre Nairobi e Joanesburgo, que são os concorrentes directos. Nós podemos conseguir o mercado servindo países como Madagáscar, Maurícias, Malawi e Zâmbia, que não são bem servidos pelos aeroportos de Nairobi e de Joanesburgo. Em altura própria, os outros países reduziram os pontos de entrada, como é o caso do Quénia", destacou.

Chaves citou como exemplo o aeroporto de Adis-Abeba, na Etiópia, que saiu de níveis de dois milhões de passageiros há quase dez anos para a casa dos oito milhões por ano actualmente.