São Paulo - Na contramão da crise, o grupo português Vila Galé, segunda maior rede de hotéis de Portugal, aposta no Brasil: investirá R$ 100 milhões para erguer mais um resort no Brasil, desta vez no Estado do Rio Grande do Norte, na Praia de Touros. Cabo Verde e Moçambique podem ser os próximos destinos da rede portuguesa.
Com o empreendimento, o oitavo no País, o grupo também ratifica sua posição de maior rede de resorts em solo brasileiro. Está presente nos estados do Ceará, de Pernambuco e do Rio de Janeiro. "Há um risco, mas a crise não nos assusta. O Brasil é um país muito grande, muito rico e acredito que ele tem condições de passar este momento ruim", diz Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do Vila Galé.
Segundo Rebelo de Almeida, em 2014 o Brasil representou 45% do faturamento da Vila Galé, de 150 milhões de euros. Mas um dos fatores que podem explicar o otimismo em relação ao País neste momento e o não adiamento do investimento em plena crise está nos números. Para 2015, o grupo estimara um crescimento de 5% com os empreendimentos no Brasil. Mas surpreendentemente, de janeiro a agosto a expansão já bateu nos 10% sobre igual período do ano passado. "Foi uma surpresa, porque não estávamos esperando tamanho crescimento, mas o fato é que ele aconteceu", diz Rebelo de Almeida ao África 21 Digital / Portugal Digital.
O oitavo resort da Vila Galé no Brasil deverá oferecer perto de 500 acomodações sob o conceito all inclusive que o Vila Galé tem focado por, segundo o grupo, ainda ser incipiente por aqui. O empreendimento também contará com 4 restaurantes, misturando a culinária brasileira à portuguesa. Em um primeiro momento, segundo Rebelo de Almeida, o empreendimento será capaz de gerar, na fase de construção, até 350 empregos diretos.
O executivo conta que 90% do público dos resorts da Vila Galé são formados por brasileiros da classe média e média alta que costumam viajar para o exterior, mas que, de uns tempos para cá, têm olhado mais os destinos internos. "Nosso público vem dos estados do sul do País, de Minas Gerais e de São Paulo, em geral são famílias com crianças. E neste momento, estamos sendo beneficiados pela valorização do dólar, que tem inibido um pouco as viagens internacionais", fala Rebelo de Almeida.
Mas o Brasil deve ganhar parceiros na carteira de investimentos do grupo. "Estamos olhando para outros destinos que deveremos estar investindo em breve, como Cabo Verde, Moçambique, Espanha e Cuba. "Estamos procurando mais terrenos no Brasil para erguer mais resortes no Nordeste. Uma das possibilidades, conta, é o Estado de Alagoas.