Praia - O turismo, com 20 porcento, é o setor que mais contribui para a formação do Produto Interno Bruto (PIB) de Cabo Verde, constituindo o maior peso na economia cabo-verdiana, segundo daddos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

Estes dados constam da 1ª Conta Satélite do Turismo de Cabo Verde e do Índice de Preços Turísticos divulgados pelo presidente do INE, António Duarte, para quem esse estudo realizado pela primeira vez em Cabo Verde vai permitir obter informações para as estatísticas do turismo, "fornecer elementos necessários para tomadas de decisões" e "medir a diferença" dos preços dos produtos caraterísticos do setor turístico.

O turismo,  segundo ele, contribuiu para uma média de 36 mil postos de trabalho, movimentando 27,6 mil milhões de escudos cabo-verdianos (cerca de 250,9 milhões de euros), correspondente a 18,71% da economia de Cabo Verde.

"O peso que o turismo tem na economia cabo-verdiana rondou 19 porcento (em 2011) a 21.04 porcento, (2014)", precisou António Duarte.

Os resultados avançados pela primeira edição das Contas Satélites Turismo (CST) em Cabo Verde mostram ainda que o setor dos transportes, principalmente o aéreo, "tem maior peso na estrutura do PIB ao nível de Cabo Verde".

Segundo os dados da CST, as atividades caraterísticas do turismo que criam mais postos de trabalho são: transportes de passageiros (37%), serviços de alojamento (25%), restaurantes e similares (19%).

António Duarte esclareceu que, para a implementação da CST, o INE contou com o apoio dos seus parceiros técnicos, como o INE da Suécia, da Espanha e do Instituto de Estatística das Canárias.

Brasília - O presidente da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), Vinicius Lummertz, e o diretor geral da Royal Air Maroc (RAM) no Brasil, Mehdi El Yaalaoui, reuniram-se esta quinta-feira em Brasília para discutir ações para ampliar o número de turistas e negócios entre o Brasil e os países africanos, informou a Embratur em comunicado.

Após 21 anos sem voar para o Brasil, a companhia aérea marroquina retomou a rota entre Casablanca (Marrocos) e São Paulo em dezembro de 2013 com três frequências semanais. O voo teve resultados tão positivos que a empresa trabalha para aumentar para cinco frequências até o fim do ano, e até 2016 tornar a rota diária.

"Temos que abrir o Brasil para novos emissores e aproveitar essa oportunidade. Hoje a integração com a África passa pela Air Maroc. Além disso, temos a oportunidade de mostrar que não apenas o fluxo de pessoas é beneficiado, como também as relações comerciais. Com o início dos voos há um ano atrás e o incremento que vem pela frente esperamos que o comércio internacional com todos os países da África aumente", declarou Lummertz.

A Air Maroc é a maior companhia aérea da África. Com sede na cidade de Casablanca, maior hub africano conectando 30 países do continente, a empresa possui 56 aeronaves, sendo cinco da Embraer e pretende ampliar a frota com mais 22 aviões. A empresa brasileira participa da concorrência, comprovando o potencial de relações comerciais entre o Brasil e os países africanos.

"Temos projetos para distribuir produtos brasileiros para a África e para a Europa. Além disso  nossa população é enorme, são 500 milhões de consumidores, e quando eles viajam gastam bastante.  Acredito que a Maroc e a Embratur podem fazer um bom trabalho de promoção do Brasil na África", disse Yaalaoui.

A partir de agora Embratur e RAM vão começar a trabalhar em uma proposta de ação conjunta com preestrips, famtours, ações promocionais e capacitação de agentes e operadores para atrair os africanos para o Brasil nos jogos olímpicos no Rio de Janeiro.

"Os jogos olímpicos são um dos eventos mais importantes do mundo e a África está muito envolvida. Nossos atletas são famosos no mundo e temos grandes fãs deles que querem vir, visitar o Rio e assistir os jogos. Essa é uma excelente oportunidade de começar a promover o Brasil. As pessoas seriam realmente receptivas. Aliás, já temos pessoas pedindo para viajar para o Brasil na época da Olimpíada", explicou o diretor da RAM.

O interesse dos africanos por esportes foi constatado na Copa do Mundo. Em 2013, 94.832 africanos estiveram no Brasil. Em 2014, ano do mundial de futebol, esse número aumentou para 128.252. A expectativa é que o crescimento se mantenha e se repita também na Olímpiada e Paralimpíada.
A reunião contou ainda com a presença de Jorge Nemr; Gilson Lira, diretor de mercados internacionais da Embratur; e Alexandre Nakagawa, coordenador de mercados internacionais.

Túnis - Os atentados terroristas prejudicaram o turismo tunisino, declarou esta quinta-feira em Túnis a ministra tunisina do Turismo, Slama Rekik.

Apenas cerca de três milhões de turistas visitaram em agosto último a Tunísia, ou seja um milhão de menos que no mesmo período do ano de 2014, lamentou o governante em declarações aos jornalistas.

Segundo a ministra, o turismo tunisino está, desde 2010, numa crise agravada pela revolução de 2011 que baixou em 50 porcento o número de turistas.

Os ataques terroristas levaram a situação à estaca zero com a subida da taxa de anulação das reservas, acrescentou Rekik, sublinhando que "o acordo histórico" assinado com a Argélia no plano dos transportes aéreos é uma tentativa de salvar a atual temporada turística.

Segundo a ministra, a prioridade do seu pelouro hoje é introduzir reformas no sistema de formação e diversificar produtos turísticos evitando assim limitar-se ao produto "praia",

Sublinhou igualmente a necessidade de buscar outros mercados, nomeadamente na China e na Índia. Panapress