Luanda - Angola encerra esta segunda-feira as atividades principais do Dia Mundial do Meio Ambiente. Este ano, o 5 de junho teve como foco o combate ao comércio ilegal da vida selvagem.

Momentos de reflexão e de atividades culturais marcaram a festa à moda angolana, numa nação com sinais de progresso e que quer se recuperar da crise dos preços de petróleo.

O diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente ( Pnuma) disse que o comércio ilegal da vida selvagem é um tema que une a todos os habitantes do planeta.

No discurso de encerramento, em Luanda, Achim Steiner afirmou que Angola foi selecionada para acolher a celebração por ser uma "fonte de recursos" como marfim, madeira e produtos do mar contrabandeados para o mercado internacional.

"A situação a nível do continente africano e global é muito perigosa neste momento. Sem ação internacional, mas também global, não se pode ganhar esta guerra."

Steiner destacou que a batalha revela-se ainda mais difícil quando atuam sindicatos de crime no meio ambiente e injetam fundos ilegais que dividem nações e comunidades.

O chefe do Pnuma contou o exemplo de um país africano, que não revelou o nome, onde mais de US$ 40 milhões foram investidos em dezenas de comunidades locais para alimentaram conflitos, de umas contra as outras, possibilitando a extração metais no valor de US$ 2 bilhões nas zonas afetadas.

A ministra do Meio Ambiente de Angola, Fátima Jardim, disse que a festa foi uma boa ocasião para dar exemplos de superação, como o treino de antigos militares angolanos que agora vão controlar florestas.

"Estamos a dar emprego a homens que antes, sob ponto de vista de patriotismo, deram a sua contribuição à pátria. Protegeram a nossa soberania. Continuam a sua atividade, agora protegendo a natureza."

Para a ONU, o momento é para dar impulso ao turismo para a economia angolana e global, num mundo onde mais de 1 bilião de visitantes cruzam fronteiras. Em África, o setor representa 7% das economias.

Economia e Desenvolvimento

A abrir a gala, no domingo, o vice-presidente angolano, Manuel Vicente, disse que o evento chegou na hora certa, quando o propósito no país é avançar em termos de economia e do desenvolvimento sustentável.

"Constitui uma oportunidade para darmos a conhecer ao mundo o nosso vasto e variado potencial em ecossistemas, recursos naturais, paisagens e lugares de interesse turístico."

Praia - O Fundo de Desenvolvimento China-África vai financiar projetos em Cabo Verde no montante mínimo de 25 milhões de dólares (cerca de 22,5 milhões de euros), sobretudo na área do turismo, anunciou, terça-feira (31), o presidente da Cabo Verde Investimentos.

Júlio Morais falava à imprensa na cidade da Praia durante uma sessão para apresentar o Fundo de Desenvolvimento China-África (CAD Fund), cujos membros, incluindo o presidente, Chi Jianxin, se encontram em Cabo Verde pela primeira vez à procura de oportunidades de negócio, informa a agência Lusa

O CAD Fund é um dos principais instrumentos para o fomento de investimento chinês em África, criado por Pequim em 2007, tendo já investido em 84 projetos em 36 países do continente cujo montante ronda as 3,2 biliões de dólares.

Segundo o presidente da Cabo Verde Investimentos (CI) - Agência do Turismo e Investimentos de Cabo Verde -, o fundo pretende investir um montante mínimo e inicial de 25 milhões de dólares em Cabo Verde.

Afirmando que esta é uma grande oportunidade para os empresários cabo-verdianos apresentarem os seus projetos aos investimentos chineses, Júlio Morais indicou que o turismo, que representa cerca de 20% do PIB do país, será uma das principais áreas dos negócios.

Júlio Morais afirmou que os empresários cabo-verdianos, que encheram a sala de conferências da CI, já conhecem as potencialidades e possibilidades de investimentos chineses em Cabo Verde, mas precisam de se profissionalizar e adaptar os seus projetos ao perfil do fundo.

"Há uma grande necessidade da parte de Cabo Verde e o desafio é adaptar os projetos ao perfil do fundo e, sobretudo, o setor empresarial cabo-verdiano tem que se profissionalizar e ser cada vez mais autoexigente", sustentou.

Também disse que os homens de negócios cabo-verdianos precisam ultrapassar um dos principais constrangimentos, que é a sua capacitação a nível financeiro, no sentido de fazer o primeiro investimento, elaborar projetos e ter estudos prévios.

"E é preciso ter dinheiro para isso. Pensamos que um dos nossos constrangimentos é isso e vamos falar com o fundo sobre isso também", adiantou.

"Quanto temos uma delegação desta dimensão, com este perfil, devemos trazer projetos bancáveis, planos de negócios, terrenos adquiridos para dizer ?eu estou pronto'", prosseguiu o responsável, que acredita que o fundo vai financiar muitos projetos no arquipélago.

E disse que a prova é que os responsáveis pelo fundo coincidem a sua estadia em Cabo Verde com a de David Chow, empresário chinês que promove o completo turístico no ilhéu de Santa Maria, na Praia, num investimento de 250 milhões de euros.

"É um sinal claro (do interesse em investir em Cabo Verde)", notou Morais, informando que o CAD Fund e a Legend Development Company, de David Chow, estão em "interações aprofundadas" no sentido de formalizarem uma parceria para investirem em Cabo Verde.

Durante a sessão foi ainda apresentado o Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, criado em junho de 2013 no valor de 1.000 milhões de dólares (757 milhões de euros), e cujo Chi Jianxin também é presidente.

Os empresários chineses permanecem em Cabo Verde até quarta-feira.

Lisboa - A Universidade de Coimbra (UC) foi visitada em 2015 por 300 mil turistas, 90% dos quais estrangeiros, disse, segunda-feira (30), o reitor da instituição portuguesa, João Gabriel Silva.

Aquele número diz respeito apenas a visitantes que adquiriram bilhetes, disse o reitor, que falava hoje na sessão de boas vindas da terceira edição do 'Vê Portugal - fórum turismo interno', que decorre até terça-feira no centro cultural e de congressos do Convento de São Francisco, em Coimbra, informa a agência Lusa.

França e Brasil são os maiores fornecedores de turistas estrangeiros da UC, enquanto China, Japão e Coreia são dos mercados que maior crescimento estão a registar, adiantou João Gabriel Silva.

A UC encara o turismo, desde há algum tempo, "se calhar fruto da crise, como uma fonte de receita", promovendo, designadamente, "encontros regulares com operadores turísticos", pois "só trabalhando em conjunto" será possível fazer "crescer esta atividade de forma sustentada", defendeu.

A Biblioteca Joanina, que é considerada, na generalidade dos "rankings internacionais", como "uma das mais bonitas do mundo", é o espaço da UC que mais turistas atrai, seguida da antiga Sala do Trono, agora Sala dos Capelos, também denominada Sala Grande dos Atos.

"A Biblioteca Joanina, acompanhada pelo Portugal dos Pequenitos, continua a ser a joia da coroa do turismo em Coimbra", corroborou, na sua intervenção, o presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, salientando que se trata de "tipos distintos de fluxos turísticos".

O presidente da Câmara espera que à Biblioteca e ao parque temático se junte "o renovado Convento São Francisco, que funcionará como o agregador destas e de todas as outras atrações culturais e turísticas da cidade de Coimbra".

Depois de "reconhecida com o título de Património Mundial da Humanidade, pela UNESCO, a cidade alcançou um novo estatuto e tem vindo a tornar-se um destino ainda mais apetecível, cada vez mais procurado e desejado por turistas e também por investidores", afirmou Manuel Machado.

"O número de dormidas nos estabelecimentos hoteleiros, os proveitos com a atividade turística, o número de atendimentos nos postos de turismo da cidade" e de visitantes dos "monumentos e equipamentos culturais" têm vindo a "aumentar consideravelmente, ao mesmo tempo que surgem novos negócios no centro histórico da cidade, cada vez mais atentos a quem nos visita, e projetos para novas unidades hoteleiras", assegurou.

"Se 2015 foi o melhor ano de sempre em termos de presença turística na cidade, as previsões apontam para um 2016 ainda melhor", disse o autarca.

A sazonalidade, a taxa média de estadia e a litoralização são "três problemas estruturantes por resolver" na região Centro, sustentou, durante a mesma sessão de boas vindas, o presidente da Entidade Regional Turismo Centro de Portugal, Pedro Machado.

A média nacional de estadia do turista em Portugal é de 2,2 noites, mas na região Centro é de 1,8, exemplificou Pedro Machado,

Cerca de 90% das dormidas dos turistas em Portugal registam-se no litoral, salientou Nuno Fazenda, da Turismo de Portugal, durante um painel sobre o setor e o seu valor para a economia portuguesa, que, moderado pelo diretor do Jornal de Notícias, Afonso Camões, também contou com a participação da gestora Maribel Rodrigues, de Espanha.

A promoção da coesão territorial e o combate às assimetrias regionais são, assim, essenciais para o desenvolvimento do setor em Portugal, ainda com grande margem de progressão, concluiu.