Nova York - A Organização Mundial do Turismo (OMT) concedeu aos fundadores do guia de viagem "Lonely Planet", Tony e Maureen Wheeler, o 13º prêmio da entidade pelo conjunto da obra.

A agência da ONU citou o impacto do mais famoso guia sobre o turismo global e a inspiração que ele deu a viajantes, escritores e ao setor do turismo de uma forma geral.

Segundo a OMT, Tony e Maureen resolveram criar a publicação em 1972 depois de uma viagem pela Ásia. Nos últimos 40 anos, foram vendidos mais de 100 milhões de cópias do guia em inglês e outros idiomas.

O livro fez tanto sucesso que acabou virando também programa de TV e um website.

Além da Fundação "Planet Wheeler", o casal se envolveu em mais de 50 projetos em países em desenvolvimento, principalmente na Ásia e na África, com foco no combate à pobreza.

Eles estão envolvidos também em vários outros projetos, incluindo a promoção das artes e literatura e do empreendedorismo. Outro ponto importante de ação é a proteção e o desenvolvimento em áreas arqueológicas em países em desenvolvimento.

O prêmio é concedido anualmente a indivíduos com liderança visionária e contribuições significativas ao setor de turismo.

Bissau - O primeiro e único guia turístico da Guiné-Bissau contemporânea, publicado em 2016, vai ter este ano uma segunda edição atualizada para consolidar o país enquanto destino de viagem.

"Nos últimos meses tem havido desenvolvimentos na área turística", nomeadamente com o aparecimento de nova oferta hoteleira, o que justifica uma revisão do guia, disse Joana Benzinho, em declarações à agência Lusa.

O trabalho no terreno está em curso e a segunda edição deverá ser publicada a meio do ano, mantendo quatro línguas: português, inglês, francês e espanhol.

O guia "À descoberta da Guiné-Bissau" contará com uma versão digital gratuita na Internet, acessível em diferentes endereços -- bastando pesquisar pelo título num motor de busca, tal como já acontece com a primeira edição.

A segunda edição vai ter um novo aspeto gráfico, mais mapas do país e ilustrações de Jorge Mateus a pontuar fotos e textos sobre as nove regiões do país -- incluindo as ilhas Bijagós, uma das pérolas guineenses em que a biodiversidade é o principal trunfo.

O projeto surge numa altura em que o país continua mergulhado numa crise política, mas Joana Benzinho realçou que "a instabilidade política não interfere de forma nenhuma com o turismo".

"Nunca tivemos problemas sociais de monta e não temos assaltos ou criminalidade contra estrangeiros na Guiné-Bissau", referiu.

Joana Benzinho lidera a organização não-governamental portuguesa Afectos com Letras, que desenvolve projetos nas áreas da educação, saúde e alimentação em território guineense.

O guia surgiu como um projeto paralelo daquela responsável, em articulação com as autoridades guineenses, e é financiado na totalidade pela União Europeia, com 50 mil euros de investimento total nas duas edições.

"Temos que dar a conhecer a Guiné-Bissau, desconstruir um pouco esse mito" de que o país não é seguro, segundo Inês Pestana, gestora de projetos na delegação guineense da União Europeia (UE).

A primeira edição do guia da Guiné-Bissau já serviu para mostrar o país em certames como a Bolsa de Turismo de Lisboa e noutras iniciativas no Parlamento Europeu -- nomeadamente junto de quem reside noutros países que não têm uma relação histórica com a Guiné.

Ao mesmo tempo que sugere percursos pelo país, o guia mostra os projetos que a UE tem apoiado ao longo de 40 anos de trabalho na Guiné-Bissau.

Serve de exemplo o memorial à escravatura, um museu inaugurado em 2016 em Cacheu, cidade no norte do país, ponto de chegada dos portugueses à Guiné no século XV e entreposto da rota de escravos do Atlântico. Ou outros trabalhos relacionados com o meio-ambiente e promoção dos saberes tradicionais.

"Aqui não falamos de um turismo de massas, mas sobretudo de atividades sustentáveis, como ecoturismo", conclui Inês Pestana.

Maputo - O fluxo migratório nas fronteiras moçambicanas caiu 17,4 por cento para 365.239 viajantes nas vésperas e a seguir ao Natal, devido à crise financeira que se vive em Moçambique, indicou o Serviço Nacional de Migração (Senami).

Falando em conferência de imprensa, a responsável pelo Gabinete de Comunicação e Imagem no Ssenami, Cira Fernandes, afirmou que, no mesmo período do ano passado, entre os dias 18 e 28 de dezembro, transitaram pelas fronteiras nacionais 429.109 viajantes, um número bastante superior ao registado este ano, informa a agência Lusa.

Fernandes apontou a crise económica e financeira em Moçambique, em particular, e na África Austral, no geral, como a causa da redução do movimento fronteiriço durante a quadra natalícia.

"Nós acreditamos que a razão [da queda] esteja ligada à questão da crise financeira e isso limita as pessoas no seu poder de compra e nas suas movimentações", justificou.

De acordo com o Senami, a província de Maputo, sul do país, registou o maior fluxo de viajantes, cerca de 80%, seguida de Tete, 08%, e Manica, 03%, ambas no centro.

Por nacionalidades, adiantou Cira Fernandes, os moçambicanos são os que mais transitaram pelas fronteiras nacionais, seguidos pelos sul-africanos e malawianos e, por fim, zimbabweanos.

Moçambique enfrenta uma crise económica e financeira, caracterizado por um acentuado declínio do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), desvalorização da moeda nacional e subida galopante da inflação, além dos efeitos da guerra no centro do país e das catástrofes naturais.