Praia - A maior parte da mão-de-obra dos hotéis de luxo na ilha do Sal, em Cabo Verde, provém de moradores dos bairros degradados, facto que interpela a uma reflexão, no sentido de os grandes operadores turísticos também contribuírem na criação de condições habitacionais para seus trabalhadores.

Considerando que os trabalhadores, habitantes dos bairros de Alto São João, Alto Santa Cruz e Alto Saco, servem em hotéis de luxo e no entanto moram e vivem em condições degradantes, algumas críticas provenientes de sindicalistas e população questionam se não haverá maneira de se encontrar uma plataforma entre o Governo, a Direcção-Geral do Trabalho e os operadores turísticos, para resolver esse "handicap", dando melhores condições de habitabilidade aos seus servidores.

Outros vão mais longe questionando como é possível tirar proveito de pessoas que vivem nessas condições, enquanto se vai enriquecendo.

O sindicalista Mário Correia, lamentando esta "triste realidade", questiona a razão pela qual os sindicatos não actuam nesta matéria, ao mesmo tempo que atribui responsabilidades ao Governo pela situação.

"Fala-se em trabalho digno, mas nunca vi nenhuma medida para propiciar trabalho digno. Quem recebe um salário de 20, 22, 25 ou 30 contos - estou a falar de valores líquidos -, nos hotéis de cinco estrelas, no Sal ou na Boa Vista, não consegue ter uma casa digna para morar", afirmou.

Perante o cenário, Mário Correia, cuja opinião é também corroborada por outras pessoas, a alternativa, o recurso que resta é, de facto, improvisar barracas ou morar em grupos para diminuir as despesas já que, ilustra, um espaço de 4 metros por 4, sem casa de banho dentro, custa à volta de 12 mil escudos... qualquer coisa como metade do salário.

"Cabe o Governo toda a responsabilidade no sentido de criar condições. As empresas para as quais os trabalhadores trabalham, dedicam o seu esforço, têm de pagar. Pagar um outro salário para que também tenham condições dignas de habitabilidade", sublinhou.

Praia - O ministro da Economia e Emprego de Cabo Verde, José da Silva Gonçalves, anunciou que o país vai candidatar-se a membro executivo da Organização Mundial de Turismo (OMT), cuja eleição será realizada no mês de setembro.

José da Silva Gonçalves fez esta declaração aos órgãos da comunicação à margem do encontro que manteve na cidade da Praia com a Câmara de Turismo de Cabo Verde para analisar recomendações e conclusões do Fórum de Turismo realizado em Boa Vista.

Segundo o ministro da Economia e Emprego, a proposta de Cabo Verde de candidatar-se a membro executivo da Organização Mundial de Turismo (OMT) foi apresentada na quinta-feira, 2, ao Conselho de Ministros.

"Espero ter o mesmo resultado e sucesso de quando fomos eleitos membro do conselho executivo da ICAO, em que Cabo Verde recebeu 132 votos de 176 países membros", disse o governante, que se mostra confiante de que no turismo o país "irá merecer certamente a mesma atenção".

Neste âmbito, prometeu que Cabo Verde irá fazer "o seu "melhor" para entrar no conselho executivo da OMT.

A OMT é uma agência especializada das Nações Unidas e a principal organização internacional no campo do turismo, destinada à promoção e ao desenvolvimento do sector.

Funciona como um fórum global para questões de políticas turísticas e como fonte de conhecimento prático sobre o turismo, promovendo um turismo responsável, durável e acessível a todos, prestando atenção particularmente aos interesses dos países em desenvolvimento.

Tem sede em Madrid, Espanha, e conta como membros 157 países, sete territórios e mais de 300 membros afiliados, representando o sector privado, instituições educacionais, associações e autoridades locais de turismo.

Lisboa - A transportadora aérea portuguesa TAP anunciou, nesta quarta-feira (1), que os passageiros com bilhetes para os EUA, ou com escala no país, afetados  pelas restrições de entrada, recentemente decretadas pelo governo do presidente Donald Trump, podem alterar a viagem para outra data ou outro destino ou pedir o reembolso.

A TAP alerta "os clientes com bilhetes para os Estados Unidos da América [EUA], ou com escala neste país, para a nova política de imigração dos EUA, que poderá ser verificada junto da respetiva Embaixada ou Consulado",e que a entrada nos Estados Unidos de passageiros "com passaportes emitidos na Líbia, Irão, Iraque, Somália, Sudão, Síria e Iémen estará restrita até dia 27 de abril de 2017, inclusive".

De acordo com o comunicado divulgado hoje, "caso seja abrangido por esta política e tenha adquirido bilhetes para os EUA ou com escala neste país, emitidos pela TAP até dia 01 de fevereiro de 2017, poderá contactar a central de reservas da TAP e proceder à alteração dos mesmos para viajar numa data posterior à restrição acima indicada e até 01 de fevereiro de 2018, sem qualquer custo, dentro da mesma classe de reserva - Económica ou Executiva - e de acordo com a disponibilidade de lugares nos voos".

A transportadora possibilita ainda a alteração da viagem para outro destino "sem taxa de remarcação, dentro dos períodos indicados, aplicando-se, caso exista, o pagamento de diferença tarifária".

A TAP decidiu também autorizar o reembolso do respetivo bilhete ou a emissão de um 'travel voucher' (vale-viagem) no mesmo valor.