Lisboa - O governo português admitiu, nesta quarta-feira (20), a possibilidade de partilhar a gestão da transportadora aérea TAP com o consórcio Gateway, dos empresários Humberto Pedrosa, do grupo português de transportes rodoviários Barraqueiro, e David Neeleman, controlador da companhia aérea brasileira Azul, após a recuperação da maioria do capital para o Estado.

A disponibilidade para essa solução foi manifestada pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, à comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas da Assembleia da República.

"O Estado considera importante a presença de um parceiro privado [no capital da TAP], que contribua para a capitalização e gestão da empresa" e "a possibilidade de partilhar a gestão com o consórcio [Gateway], como aconteceu nos últimos anos, em que o Estado não interferiu na gestão", disse o ministro, citado pela agência Lusa.

Na passada quinta-feira, o empresário David Neeleman defendeu que "a gestão é o mais importante" na TAP, desvalorizando a questão da titularidade da maioria do capital na companhia aérea, que deverá voltar para as mãos do Estado.

"A gestão é o mais importante. Se podes tomar decisões é a coisa mais importante. Já disseram [os membros do Governo com quem se tem vindo a reunir] que estão felizes com o que trouxemos à TAP", declarou então o empresário do consórcio que detém 61% do capital do grupo TAP, na sequência de processo de privatização concluído pelo anterior governo, do ex-primeiro ministro Passos Coelho, em novembro de 2015, em vésperas das eleições legislativas que levaram à mudança de governo em Portugal.