O Governo moçambicano prevê estabelecer, nos próximos dois anos, mais 2000 camas, no âmbito de um programa de promoção de investimentos e criação de incentivos para o desenvolvimento do turismo baseado na natureza.

O turismo baseado na natureza, segundo Celso Correia, ministro da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural, engloba o ecoturismo, turismo de aventura, turismo educacional, entre outros tipos de experiências proporcionadas pelo turismo ao ar livre alternativo.

Falando na sessão de perguntas ao Governo na Assembleia da República (AR), o parlamento, o ministro referiu, citado pela AIM – Agência de Informação de Moçambique, que atualmente o país conta com 1760 camas nas áreas de conservação, incluindo parques, reservas, coutadas e fazendas de bravio que garantem emprego fixo a 790 trabalhadores.

Na ocasião, Correia avançou que a planificação e promoção nesta área compreende a Reserva Especial de Maputo e a Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro, todas no sul do país, através da colocação de infra-estruturas de gestão como estradas e pontes para além da concessão turística de áreas devidamente identificadas.

“Com este programa serão erguidos vários empreendimentos turísticos e mobiliários que incluem estabelecimentos de alojamentos e restauração, residências, campos de golfe, áreas comerciais e de entretenimento, desporto e conferencias”, explicou o ministro.

Segundo Correia, vai também promover o investimento privado na área compreendida entre as barragens de Massingir e Corumana, onde estão localizadas várias fazendas de bravias incorporadas no Grande Parque Transfronteiriço do Limpopo.

Proteção de áreas naturais com US$ 40 milhões

Celso Correia fez saber que conseguiu mobilizar 40 milhões de dólares norte-americanos, através do projecto MozBio, para a protecção e desenvolvimento das áreas de conservação para além de apoios para o repovoamento e projectos de desenvolvimento comunitário.

“”As nossas acções de protecção das áreas de conservação e preservação da biodiversidade tem resultado em um reconhecimento dos esforços do país, no âmbito da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES)””, disse Correia.

Graças a este esforço, Correia destacou que de 2013 a esta parte, os incidentes de trafico de marfim através de Moçambique reduziram, tendo sido classificado como um país a observar em vez de preocupação secundária que significaria um número maior de incidência de trafico de marfim.

“Foi realçado o facto de Moçambique ter feito para além do previsto no plano da adopção do instrumento desenvolvido pela CITES e pela Organização das Nações Unidas para o Combate a Droga (UNODC), International Consortium on Combating Wildlife Crime (ICCWC)”, explicou Celso Correia.

Como resultado deste trabalho e das acções de repovoamento, segundo Correia, as populações de animais bravios, em geral, têm estado a crescer a excepção do elefante que tinha uma população de 22144 em 2010 que baixou para 10300 em 2014.

Neste momento está a ser preparada uma contagem de elefantes que dará uma indicação clara dos efeitos das acções em curso no combate a caça furtiva e comércio ilegal desta espécie.