Pequim - Moçambique recebeu cerca de 1,63 milhão de turistas no ano passado, que deixaram uma receita calculada em 193 milhões de dólares, anunciou, quinta-feira (19), o Presidente da República, Filipe Nyusi. 

Falando na Conferência Internacional sobre o Desenvolvimento do Turismo, um evento que decorre em Pequim, capital chinesa, Nyusi disse que em 2015, os projectos de investimento no turismo atingiram 139 milhões de dólares, e o sector emprega directa ou indirectamente mais de 50.000 pessoas.

'Estes indicadores, embora representem um aumento considerável comparativamente aos anos anteriores, estão longe de corresponder ao potencial que Moçambique oferece', enfatizou.

Por isso, o governo está determinado 'a melhorar o desempenho institucional, para atingir níveis de excelência na prestação de serviços ao público. Fizemos intervenções, a fim de criar um ambiente mais favorável ao investimento no turismo'.

Estes investimentos incluem 'a simplificação dos procedimentos para o licenciamento de actividades económicas e a atribuição de mais incentivos aos investidores e utentes das facilidades existentes em Moçambique'.

O Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Turismo, elaborado pelo governo para a próxima década, disse Nyusi, prevê 'que em 2025, Moçambique será o destino mais vibrante, dinâmico e exótico em África'.

Essa visão, explicou o Chefe de Estado, "estimula-nos a melhorar a competitividade de Moçambique no turismo e desenvolver o acesso a infra-estruturas. A nossa visão do turismo é um convite directo a todos os investidores e turistas para que escolham Moçambique como seu destino preferido, quer no litoral ou regiões do interior'.

Num período de recessão económica, caracterizado por uma queda nos preços das exportações das matérias-primas, aliado a uma retracção do investimento nos minerais, o turismo pode servir como uma alternativa valiosa, disse Nyusi. Advertiu, contudo, que o turismo depende da paz e estabilidade.

'Actos de terrorismo, a ausência de uma paz efectiva e violência têm vindo a afectar significativamente a actividade turística', sublinhou.

Nyusi disse ainda que o turismo 'pode contribuir para aumentar o nível de compreensão e interacção entre os povos, promoção da paz e concórdia no mundo inteiro'.

Assim, o turismo pode ser 'um factor para a construção e manutenção da paz, bem como de aproximação de povos e nações'.

'Ele enriquece as culturas e harmonia na diversidade', disse Nyusi, para de seguida acrescentar 'a indústria do turismo contribui para a redistribuição da riqueza e, portanto, é um dos maiores promotores da justiça social'.