Lisboa - O governo português vai pagar 1,9 milhões de euros para o Estado recuperar 50% do capital social da transportadora aérea e a presidência do conselho de administração da companhia, que passará a ter voto de qualidade, foi anunciado neste sábado (06), em Lisboa.

"O Estado passa a ter 50% das ações da TAP e o conselho de administração passa a ser paritário (seis elementos nomeados pelo Estado e seis pelo consórcio [Gateway]", dsse o  ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, negociador pelo governo, citado pelo jornal Expresso.

As negociações entre o governo e o consórcio não foram fáceis, mas resultaram "numa boa parceria", disse o primeiro-ministro António Costa.

"É com muita satisfação que iremos ser sócios", afirmou Costa na cerimónia de assinatura do memorando de entendimento.

O Governo de António Costa vai pagar 1,9 milhões de euros para o Estado ficar com 50% da TAP (em vez de 34%), resultado das negociações com o consórcio Gateway, que tinha 61% do capital da companhia e que agora fica com 45%, podendo chegar aos 50%, com a aquisição do capital à disposição dos trabalhadores.

A comissão executiva da transportadora continuará a ser presidida pelo luso-brasileiro Fernando Pinto, enquanto a presidência do conselho de administração passa a ser do Estado português, com voto de qualidade.

O empresário português Humberto Pedrosa, dono da empresa de transportes rodoviários Barraqueiro,  que comanda o consórcio Gateway juntamente com o norte-americano David Neeleman, dono da companhia brasileira de aviação Azul, disse estar satisfeito com o acordo assinado hoje  com o Governo.

"Inicialmente disse que o nosso projeto e o do Governo não casavam, mas a boa vontade de ambas as partes e o diálogo permitiram que terminasse em casamento, como não podia deixar de ser entre pessoas de boa-fé", afirmou  Humberto Pedrosa, na cerimónia de assinatura do memorando de entendimento, citado pela agência Lusa.