Maputo - A população do distrito de Muanza, na província central de Sofala, acusa as autoridades do Parque Nacional da Gorongosa (PNG) em Moçambique de se apropriarem de suas terras aráveis.
A população alega que o PNG tem estado a expandir as suas áreas, anexando zonas habitacionais e reservadas à produção agrícola e, deste modo, dificultando a vida dos residentes, sobretudo a prática das actividades agrícolas.
Citado pelo jornal "Noticias", o PNG afirma, por seu turno, que os espaços reclamados são áreas de conservação da sua pertença que, de forma paulatina, foram invadidas pela população.
"O PNG está a arrancar-nos as terras aráveis de que dispomos, sob alegação de que são da sua pertença. Nós estamos lá há muitos anos, tanto a vivermos como a fazer machambas, para o nosso sustento. Onde vamos viver e produzir comida para a nossa alimentação?", questionam os residentes.
Confrontada com este problema, durante o comício que dirigiu há dias no bairro Samora Machel, a governadora de Sofala, Helena Taipo, disse que o seu Executivo vai, junto das partes em conflito, analisar de forma minuciosa a situação para que nenhuma delas saia prejudicada.
Os populares acusaram igualmente os fiscais do PNG de molestar as pessoas encontradas a fazer machambas, alegando que aquelas áreas são de conservação e pertença do parque.
A governadora de Sofala garantiu que tudo está a ser feito para que seja encontrada uma solução social justa para todas as partes.
"O Governo já tinha conhecimento de grande parte dos problemas apresentados aqui, incluindo este relacionado com a delimitação de áreas entre o PNG e as comunidades. Há procedimentos que se devem seguir. Tenham calma", disse Taipo.
Revelou que as autoridades vão assumir a dianteira e já contactaram a direcção do Parque e o Governo do distrito, faltando fazê-lo com a população, o que deverá acontecer oportunamente.
Com uma população estimada em 35 mil habitantes e ocupando uma área de 7.513 quilómetros quadrados, o distrito de Muanza, é o menos povoado da província de Sofala e um dos mais pobres, apesar de ser detentor de muitos recursos florestais, minerais e pesqueiros. AIM